O QUE NOS FAZ HUMANOS, memórias do 91 FÓRUM PELA CULTURA DE PAZ, organizado pela Palas Athena, apoio Unesco

Na terça feira 13 de setembro de 2011 aconteceu o 91 Fórum Pela Cultura de Paz, no Auditório do Masp, em São Paulo. Deixo aqui minhas memórias sobre o evento.

Texto e fotos: Jacy Atem

Texto e fotos Jacy Atem


José Romão Trigo Aguiar e Hamilton Faria no 91 Fórum pela Cultura de Paz, no MASP/SP




(explanação de José Romão Trigo Aguiar)

Onde começa nossa história? No ventre? No big bang?
De qualquer forma, antes de surgir os primeiros seres vivos, o planeta viveu mais de 2 bilhões de anos apenas com seres unicelulares, as amebas. Como o mundo chegou ao que é hoje?
Através de uma atitude das amebas em viverem juntas. Se multiplicavam e se juntavam, dando origem aos seres multicelulares. E depois comunidades de seres. Dedicados a se juntar para criar seres mais complexos. E ainda tão simples elas:
- cooperavam entre sí
- conviviam sempre juntas
Como elas conseguiram isso? Com algum tipo de comunicação e organização entre elas.

HÁ UM IMPULSO BIOLÓGICO EM NOS UNIR PARA JUNTOS DAR ORIGEM À ALGO MAIS IMPORTANTE.

E nós, por sermos o ápice da criação, acreditamos e ensinamos nas escolas que somos “o topo da cadeia alimentar”: ora, uma cadeia, ou rede de relações tem topo? Não.Ainda ensinamos conceitos errados aos nossos filhos.

Quem são os predadores do homem? Os vírus. A morte também veio para aumentar as possibilidades de vida e acontece nas gerações desde que estas começaram a praticar sexo.

Nossa capacidade de nos apropriar das coisas nos fez incorrer no erro de dizer, minha vida, meu espaço. Não somos muito mais da vida do que ela nossa?

(explanação de Hamilton Faria)

Esse erro reflete hoje em muitas crises, ecológica, alimentar, social, ética. Mas há uma crise nova: a reflexão sobre tudo o que passou nos faz sentir incomodados em assistir nosso próprio legado. Como nos inserir neste mundo tão diferente do que ensinamos na escola?

A barbárie da humanidade é antiga. Mas a barbárie da tecnologia em função de coisas que não são valores e princípios para nós traz este incômodo.

Provérbio turco “a noite está grávida, mas não sabemos o que vai nascer” = incerteza

Estamos no processo de culturalização do mundo: o acesso ao globo, que era novo há 10 anos atrás, nos remeteu ao nosso passado, com uma sensação de destruí-lo. Em alguns lugares, trouxe a sensação do quanto pode e deve ser melhor, fazendo nações se livrarem de seus ditadores. A culturalização trouxe a desobediência civil. Será o início do fim do “capetalismo egológico”?

O mundo não está satisfeito em assistir a tecnologia como se fosse o supra-sumo das civilizações. A necessidade de nos conhecer e nos entender passa a ser maior.

Enquanto nações como o Equador,  com mais de 40% de sua população indígena, criou sua constituição, em 2008, baseada nos direitos da Terra, muitos hoje, ainda pensam: quem é a Terra, pra ser sujeito merecedor de direito?

Victor Hugo disse: “Primeiro foi preciso civilizar o homem em relação ao homem. Agora é preciso civilizar o homem em relação á natureza.”

Outras frases citadas, muitas sem o autor, me perdõem:

“Toda a violência é uma violação” – antigamente se justificavam as guerras, para trazer a paz. Hoje o mundo não aceita mais a “guerra pacífica”, o direito de guerra.

“A não violência é a benevolência ao estranho” Dalai Lama

“A maior força transformadora é a resistência com não violência.” Hamilton Faria

“Eu não quero viver em uma casa fechada, protegida dos estranhos. Quero viver em uma casa onde todos andem com liberdade.”

“Ilhas de prosperidade, mares de desigualdade”

“Vida simples, mente elevada”.

“A vida simples não é como a pobreza, difícil de evitar. É uma escolha pra viver melhor.” Hamilton Faria

“É uma armadilha pensar que pode acontecer tal transformação sem o religare. Ver a natureza como recurso é banir o sagrado dela. Respeitá-la é ver nela o sagrado.” Hamilton Faria

“Os furacões acontecem para resfriar o mar e salvar os corais que estavam morrendo pelo aquecimento que nós causamos.” Romão Trigo

“Deus deu à todos uma estrela. Uns fazem dela um sol, outros, nem a vêem”. Helena Kolody

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